quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Beagle

O Beagle é um ScentHound de pequena estatura, tradicionalmente utilizado na caça à lebre. A designação Beagle surgiu na Inglaterra no século XIV e era empregue para designar qualquer cão de levante e corso de pequena estatura. A origem da palavra Beagle não é consensual e são apontadas ligações a diferentes línguas:begueule em francês, que significa “garganta aberta”, beag em galês que significa “pequeno” ou ainda begele em alemão que significa “chamar à atenção”.
A verdade é que as características mais marcantes do Beagle são a sua pequena estatura e o seu ladrar sonante e harmonioso que usa sem reserva para alertar o caçador. 
Sabe-se que alguns governantes da Inglaterra tinham Beagles de pequena estatura que ficaram conhecidos como “Beagles de bolso”. Eduardo II, Henrique VI e a Rainha Isabel, que reinaram entre os séculos XIV, XV e XVI mantinham matilhas de Beagles com as quais saiam para caçar.
Devido à sua pequena estatura, o Beagle não conseguia acompanhar o cavalo e era por isso transportado nas selas para depois ser largado no local onde entrava em acção. Também foi muito utilizado em caçadas a pé, que ficariam conhecidas como beagling.
Apesar de a palavra “Beagle” nos levar apenas até ao século XIV, existem ainda outros registos escritos, tais como o do grego Xenofonte, que descrevem cães caçadores de lebres utilizados em caçadas a pé, já no século V a.C. Existem contudo, outra teorias que defendem que o Beagle tal como hoje o conhecemos resultou do cruzamento entre o Harrier e o outros Hounds ingleses. 
No início do século XIX, fez-se um esforço para tipificar a raça e eventualmente redigir um estalão. Mas como os caçadores procuraram um cão sobretudo funcional, as diferenças de tamanho eram bastantes, ao ponto de serem definidos quatro intervalos de altura para um tão pequeno cão. O estalão da raça foi esboçado pelo Beagle Club, formado em Inglaterra em 1890, com o objectivo de divulgar esta raça que estava agora ameaçada de extinção. No ano seguinte, juntou-se a esta luta uma nova associação recém-formada a Association of Masters of Harriers and Beagles. Nessa altura, os exemplares em Inglaterra escasseavam, mas em apenas 10 anos os esforços conjuntos das associações conseguiram duplicar o número de matilhas existentes, de 18 em 1887 para 44 em 1902.
Na viragem do século XIX, começaram a realizar-se exposições regulares de Beagles que se mantiveram até ao início da Primeira Guerra Mundial. Tal como a maioria das raças europeias, as guerras ameaçaram seriamente a sua sobrevivência. O número de registos ganhou força entre as duas grandes guerras, para depois voltar a descer com o início da Segunda Guerra Mundial. Seria necessário esperar pelo fim desta para que o Beagle pudesse novamente conhecer alguma popularidade na Inglaterra. Curiosamente, esta raça foi sempre mais popular nos Estados Unidos da América do que no seu país de origem. Do outro lado do Atlântico, o primeiro registo de um Beagle data de 1885. Três anos mais tarde já tinha sido formado o clube da raça com o respectivo estalão.
Apesar de ser um caçador nato de lebres, o Beagle era também usado para seguir os rasto a codornizes e faisões. Na caça, desempenhava um bom trabalho quer em grupo quer sozinho. Mais recentemente, as suas capacidades olfactivas têm sido utilizadas na detecção de tráfico de estupefacientes e contrabando. Mas talvez o seu maior uso seja como cão de companhia, sobretudo nos Estados Unidos da América onde figura no Top Ten das raças mais populares no país ao longo do século XX.



Dados

Família: cão de caça
País de origem: Inglaterra
Data de origem: Séc. XIV
Função: caça, anti-contrabando
Nível de energia: médio
Facilidade de treino: fácil de treinar
Média de vida: 12 a 15 anos

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