segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Os Cães-Guia

Para explicar o que significa um cão-guia temos que analisar o verdadeiro significado que este tem para o utilizador, para quem este é o companheiro permanente.
O Cão-Guia é para o cego algo mais que os seus olhos. É com quem convive, com quem trabalha, é quem lhe concede autonomia, liberdade e compreensão perante as fortes dificuldades que um invisual tem que ultrapassar neste mundo.
Por tudo isto, o Cão-Guia deve receber também amor, cuidados e principalmente respeito. Se pensarmos bem, tudo o que possamos retribuir a um destes cães será sempre pouco quando comparado com a sua total entrega e dedicação ao invisual. Este comportamento de perfeita nobreza é um exemplo para o Homem; quantos de nós seriamos capazes de o fazer?

Não será exagerar dizer que o Cão-Guia é o expoente máximo da Classificação de Cães de Trabalho. Para que este trabalho e treino possam ser organizados existem escolas por todo o mundo especializadas no treino destes cães. Estas escolas não fazem só o trabalho de treino de obediência como geralmente também criam, educam e tratam do encaminhamento destes cães para quem mais deles necessita. Como tem que haver uma perfeita harmonia entre o cão-guia e o seu utilizador, estas escolas encarregam-se também do importante passo que é a socialização e a integração entre os dois elementos da unidade de trabalho (Cão e Homem).
Importa ainda referir que, as raças utilizadas como Cão-Guia são basicamente três: o Labrador Retriever, o Pastor Alemão e o Golden Retriver. Estas raças, pelo excelente trabalho que têm efectuado nesta acção social, são os preferidos e os mais indicados em todo o mundo. 

Em Portugal o direito a ter um destes animais como companheiro está consagrado no Decreto-Lei n.º 118/99, de 14 de Abril. Este estabelece o direito de acessibilidade dos deficientes visuais acompanhados de «cães-guia» a locais, transportes e estabelecimentos de acesso público, bem como as condições a que estão sujeitos estes animais. 
Por último, é ainda importante informar que em Portugal existe uma escola sem fins lucrativos que prepara tanto os cães como os deficientes invisuais para o trabalho em equipa. É a Escola Beira Aguieira em Mortágua (visite o site aqui).

Quando estiver na rua e encontrar um cego com um cão-guia, por muito que queira, não deve fazer-lhe festas nem algo do género, pois este cão está a desempenhar um papel importantíssimo e em caso algum deve ser distraído. No entanto, e se conhecer alguém com um cão destes, pode brincar com o cão, se ele e o seu dono estiverem num espaço seguro onde o utilizador não precisar da ajuda do seu cão (por exemplo, em casa do dono). Também é aconselhável, se encontrar um cão-guia com um cego na rua, deixá-lo fazer o seu trabalho e não tentar você mesmo ajudar o senhor, pois isso só confundirá o cão e prejudicará o seu trabalho. Nunca alimente um cão-guia durante o seu trabalho, pois isso o distrairá e ainda por cima ele já está alimentado (pelo dono, obviamente).

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