domingo, 17 de março de 2013

Dálmata

O Dálmata tem uma pelagem única, que não existe em mais alguma raça de cães, responsável pela sua popularidade e fácil identificação.
As origens deste cão singular são incertas. Os primeiros artefatos históricos sobre a raça surgem em várias zonas do globo: Europa, África e Ásia. No Egito  baixos-relevos mostram um cão semelhante ao Dálmata. Na Grécia, frescos representam cães com esta pelagem. Da Ásia vem a teoria de que estes cães acompanhavam o povo Rom, também apelidados de ciganos, que têm as suas raízes na Ásia, mas que acabaram por se espalhar pela Europa e eram frequentemente encontrados na atual região da Croácia.
Outra hipótese para as origens desta raça é a de foi criada pelo poeta Jurij Dalmatin, que cantou estes cães na sua obra, datada do século XVI. Segundo esta corrente, o poeta esloveno recebeu dois cães turcos e começou reproduzi-los. Eventualmente a raça acabaria por receber o nome do criador, o nome original da raça é Dalmatinac. Contudo, este poeta terá provavelmente popularizado uma raça que já existia, uma vez que para além dos registos mais antigos gregos e egípcios, também frescos italianos de 1360 mostram cães com pelagens pintalgadas.
Por fim, também a Inglaterra entra na corrida, defendendo que existia no seu território um cão semelhante ao Dálmata, o Bengal pointer, que apresentava também uma pelagem contrastante com manchas escuras espalhadas sobre um fundo claro.
A Dalmácia é uma região que cobre quase a totalidade da atual Croácia. Durante décadas, este país reclamou a origem do Dálmata. O reconhecimento internacional só veio em 1993, quando o FCI cedeu à pressão croata, mas não por completo, pois continua a não atribuir guarda do estalão da raça ao país.
Apesar da origem incerta, sabemos que o Dálmata é extremamente antigo, existindo provavelmente antes da Era Moderna. Na Idade Média era utilizado como cão de acompanhamento de carruagens, isto é, um cão que caminhava ao lado das carruagens guiando os cavalos e protegendo-os de possíveis ladrões enquanto o dono se ausentava.
Mas os usos do Dálmata ao longo da história não ficam por aqui e a versatilidade é incrível sabendo que atualmente é sobretudo procurado pela sua beleza. Mas o Dálmata já foi de facto, cão de guerra, cão de alerta, condutor de gado, cão de caça (seguir trilhos, cão de cobro), exterminador de ratos,  cão de circo, cão de tração (utilizado para puxar carruagens), etc.
No século XVII, o Dálmata tornou-se bastante popular, sobretudo na Inglaterra e mais tarde nos Estados Unidos da América. Neste país, foi devido à sua habilidade em trabalhar em conjunto com cavalos e carruagens que lhe valeu trabalho permanente junto dos bombeiros. Estes contavam com o Dálmata para desimpedir as ruas quando iam a caminho de um incêndio. A popularidade do Dálmata diminuiu com a invenção do automóvel e passou a ser a mascote dos bombeiros em vez de membro ativo.
O pelo branco com pintas pretas torna esta raça tão característica e apreciada que facilmente é reconhecida por toda a gente. A sua enorme popularidade deve-se em grande parte ao filme da Walt Disney para crianças "Os 101 Dálmatas" baseado no livro de Dodie Smith com o mesmo nome. Este retracta o anseio de uma milionária sem escrúpulos em possuir um original casaco feito a partir da pele de Dálmata. 
A grande preocupação atual dos criadores é garantir a preservação das pintas que ainda hoje distinguem o Dálmata de todos os outros cães. Não basta ter pintas: elas têm que ser perfeitas, de ter o tamanho ideal e de ter uma distribuição e cor corretas de modo a manter a elegância da raça. Curiosamente, ao nascer estes cães são de um branco imaculado levando ainda algum tempo para que se desenvolvam. 



Dados

Família: pointer
País de origem: Jugoslávia
Data de origem: antiguidade
Função: companhia
Nível de energia: alto
Facilidade de treino: moderadamente fácil de treinar
Média de vida: 12 a 14 anos

Sem comentários:

Enviar um comentário